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Há tanto por dizer...

Como encontrar antepassados em Portugal - Árvore Genealógica

Há uns anos que ando numa procura intensiva por aqueles que são os meus antepassados e já tenho uma árvore genealógica bem composta. Vejo muitas vezes pessoas que pretendem saber quem eram os seus antepassados mas que não sabem onde e como procurar. Irei indicar tudo o que eu fiz para construir a minha árvore genealógica.

É necessário saber um local, um nome e uma data aproximada, seja de um nascimento/batismo, casamento ou até mesmo de um óbito. No site tombo.pt podemos encontrar milhões de registos. Esses registos são antigos, para a cidade onde estou à procura só existem registos anteriores a 1911.

arvore-genealogica-portugal-1.PNG

A primeira etapa é abrir o site https://tombo.pt e ir ao local onde o registo foi realizado, após isso temos uma lista de livros paroquiais e basta seleccionarmos o ano pretendido. É-nos apresentado um conjunto de imagens que são os registos que eram escritos pelos párocos da igreja. Aqui é preciso ter alguma prática de leitura de textos antigos, pois eles escreviam de uma forma que não é simples de entender para quem não está habituado. A imagem seguinte é um exemplo do que pode ser encontrado nesses registos.

arvore-genealogica-portugal-2.PNG

Neste momento pode ser que tenhas uma questão bem lógica: mas como consigo criar a minha árvore a partir desses registos? Além de muita paciência é preciso muita procura.

O próprio site tem um guia onde explica como podemos procurar mas irei indicar como eu fiz para encontrar os registos:

Se a data não for exata basta procurar à volta dela, uns anos antes e uns anos depois para encontrarmos o registo. Neste registo já é possível criar uma pequena árvore genealógica, pois estão indicados os nomes dos pais e dos avós paternos e maternos.

Após isso, podemos partir para o casamento. Coloquei sempre uma média em que a pessoa se casaria aos 18 anos, fazia as contas, procurava esse ano e os anos seguintes. Aqui entra a paciência pois encontrei antepassados que se casavam com mais de 30 anos, ou seja, foram muitos registos que eu tive que percorrer para encontrar o casamento. Neste registo ficamos a saber a data em que o casamento ocorreu e, com isso, temos uma ideia de quando o primeiro filho nasceu. Logicamente que estou a assumir que o primeiro filho nasceu após o casamento, o que era comum. Além disso, sabemos também o nome do noivo, a idade, naturalidade e o nome dos seus pais. Com esses dados é simples para encontrar o registo do batismo.

A data do casamento foi encontrada então podemos voltar para os batismos e procurar por um filho que tivesse o nome dos pais que já conhecemos do casamento. Voltamos a fazer uma pesquisa parecida à inicial mas ao invés de olharmos para o nome da criança, olhamos para o nome dos pais.

Como temos os nomes dos pais dos noivos é possível encontrar os registos deles. Como sabemos que numa determinada data um fico estava a casar-se com uma determinada idade, temos o ano em que ele nasceu e, com isso, além do registo de batismo do noivo é possível encontrar o registo do casamento dos pais, se for o primeiro filho é sempre mais fácil. Com o registo de casamento dos pais temos acesso às idades deles, o que nos leva ao registo de batismo.

Fazendo isso para cada nome encontrado pode-se construir uma árvore genealógica tão grande quanto existirem registos. A minha já vai na 8ª geração e ainda consigo ir mais além caso pretenda.

O processo pode parecer confuso, interminável e complicado, principalmente porque requer imenso tempo e, o principal é que requer que se entenda o que está escrito no registo em si, um registo manual que nem sempre é simples de "decifrar". 

Existe um outro site onde podemos encontrar os registos, este site é mais simples mas não contém tudo o que o tombo.pt tem, é o Repositório Histórico. Nestes dois sites também é possível pesquisar por passaportes para quem tem familiares que viajaram.

Como já tenho alguma experiência com esta procura podem entrar em contato comigo que, no que for possível e estiver ao meu alcance, poderei ajudar. Envia email para blogolharindiferente@gmail.com com os dados que tens.

Espero ter ajudado nas tuas pesquisas!

A verdade por de trás de ter um canal no YouTube

Muitas pessoas pensam em ter um canal no YouTube mas a verdade é que se estás a fazer isso porque queres ter fama e ganhar dinheiro, não te iludas, podes não conseguir.

Não te estou a dizer para não o fazeres mas quero alertar que podes não conseguir o teu objetivo principal se esse for ter muitas visualizações ou ganhar muito dinheiro.

Eu já tive um canal no YouTube que mantive durante 2 anos e, nesses dois anos comprometi-me a publicar um vídeo todas as semanas. Assim foi e não falhei um único vídeo. Qual era o meu objetivo? Experimentar a plataforma e ver como funciona a entrega de conteúdos para outras pessoas. Cheguei a ter vídeos com muitas visualizações e outros nem por isso. Não queria ficar rica nem ter fama, eu sei que os meus vídeos eram francos comparados com outras contas, mas estava ali porque queria experimentar e ver como funciona aquele "mundo".

Quando te decidires a criar um canal vais logo ver que não vais começar a ganhar dinheiro logo no início, pois tens que atingir alguns objetivos para que o teu canal seja elegível para a "monetização". Se apenas queres fazer vídeos porque gostas, segue em frente, faz isso por ti e nunca porque queres atingir fama ou dinheiro. A minha publicação é para aqueles que pensam que criar um canal faz deles pessoas famosas e/ou ricas. Até pode acontecer, mas é preciso ter talento... e um pouco de sorte.

Criaste o teu canal, vais começar a publicar vídeos e verás que não tens praticamente nenhuma visualização e, com isso, atingir os objetivos do YouTube começa a ser cada vez mais complicado.

O tempo passa, tu insistes em publicar vídeos, já tens algumas visualizações mas que nem chegam a terminar de ver o vídeo. Nisto começas a pensar noutras formas de divulgação e chegas ao ponto de entrar em grupos no Facebook de divulgação de vídeos.

Algumas visualizações começam a chegar assim como algumas pessoas irão clicar em "não gosto" apenas por maldade.

A troca de inscrições/seguidores e de visualizações começa e vês que o teu canal já tem algum público. Lamento informar mas é um público falso, são pessoas que não foram ao teu canal porque gostaram dele, mas sim porque também queriam a visualização e então foi uma mera troca.

Chega o final do primeiro mês e vês que perdeste alguns inscritos e também tempo de visualização. Mas porquê? É uma pergunta lógica mas de resposta direta: o YouTube sabe quando fazes trocas e interpreta isso como não sendo verdadeiro, o que leva a retirar a visualização. Quanto aos inscritos, muitas vezes é a própria pessoa que retira, já que tu já lhe garantiste mais um, ela retira o dela: pura maldade.

Aqueles números não chegam e começas a entrar em mais grupos, a conhecer mais pessoas e a fazer mais trocas.

Vais conhecer boas pessoas, mas não te iludas pois a maioria não quer saber de ti, apenas quer saber dos números.

Vai existir uma pessoa que te dirá que existem grupos no WhatsApp e tu, como queres subir mais os números, vais aceitar. Uns funcionam por listas diárias, outros são semanais. Nuns tens que visualizar o link e comentar, noutros só tens que visualizar e há alguns que é por playlist onde deixas o computador horas e horas ligado a visualizar vídeos.

O teu canal começa a crescer dessa troca toda que estás a fazer, mas novamente: tudo uma ilusão. Já notaste que passas mais tempo nessas trocas do que a produzir conteúdo para o teu canal?

Com esses grupos todos atingiste o objetivo do YouTube e o teu canal é agora monetizado, o que quer dizer que já podes começar a ganhar dinheiro! Que bom! Sabes o que vai acontecer? Se não tiveres visualizações não ganhas dinheiro, se tiveres visualizações, aquelas dos grupos, vais ganhar dinheiro. Lembraste que o YouTube retira visualizações que ele considera como sendo indevidas que são resultado de trocas? Pois bem, o mesmo acontece com o dinheiro. Num único mês podes ter lá imenso dinheiro e no final é ajustado e ficas com 0, porque o YouTube interpretou que as visualizações não eram de pessoas que chegaram ao teu canal de forma orgânica.

Portanto continuas com o mesmo problema: já podes ganhar dinheiro mas não o ganhas porque não tens um público. Não tens pessoas que se lembram do teu canal e vão lá porque querem ver um vídeo teu.

Eu entrei em grupos, fiz muitas trocas e tinha também pessoas que viam o meu canal porque gostavam dele. Gostava genuinamente de gravar vídeos, principalmente quando recebia comentários de alguém que dizia que a ajudei de alguma forma, isso para mim é o melhor que me pode acontecer, produzir conteúdo porque gosto e, com isso, conseguir ajudar alguém é uma sensação incrível. Desisti dele porque vi que estava a focar-me demasiado em algo que me estava a consumir muito tempo. Trabalho durante a semana e tinha o fim-de-semana para gravar e editar, pouco mais fazia além disso e, não é de todo o meu objetivo. Além disso o YouTube tem andado a mostrar cada vez menos os vídeos de canais mais pequenos o que faz com que haja menos pessoas a saber que o canal existe. Se um dia voltar a ter mais tempo livre talvez volte a produzir para essa plataforma, mas para já parei e não me arrependo. 

Por dia vejo tantas pessoas iludidas com o mundo do YouTube, não sejas essas pessoas,  pesquisa e pensa bem no teu objetivo. Iniciar uma caminha dessas apenas pela fama, é quase garantido que não a terão.

Espero que não me interpretem de forma errada, há pessoas que conseguem atingir o objetivo único da fama e do dinheiro, mas alerto novamente para que façam as coisas porque gostam, senão a desilusão pode ser bem grande.