Há muito que deixei de utilizar o Facebook com a mesma frequência, vou lá muito raramente, apenas para ver o que se passa e ficar pasma com o que vejo. Perdi interesse nessa rede social, são raros os grupos que são "decentes" e são raras as pessoas que sabem fazer comentários sem ódio, sem querer interferir na vida do outro, ou sei lá o quê mais... Em muitos casos virou selvajaria pura.

Existem outras redes sociais, mas eu apenas usava Facebook e Instagram. Mantenho a minha visita diária ao Instagram para ver as histórias de algumas pessoas que sigo, mas o Facebook? Desisto.

Antigamente era seletiva com os pedidos de amizade, se não soubesse sequer que a pessoa existia, não aceitava. Tinha imensas fotografias minhas e não queria que uma pessoa qualquer tivesse acesso a elas. Qualquer pessoa as podia guardar então, tendo apenas nos meus amigos pessoas que conhecia nem que fosse apenas de vista, corria menos risco de as ver noutros perfis falsos. Quando desisti do Facebook eliminei tudo, dei-me ao trabalho de percorrer uma por uma e deixei apenas a fotografia de perfil, que, no dia de hoje, é a mesma que utilizo por aqui no blog. Vi que tinha imensos pedidos de amizade de pessoas que nunca vi e, como desisti do Facebook decidi aceitar e fazer uma nova pequena experiência. 

Em pouco minutos vi que aquela rede social continua igual. A maioria dos pedidos de amizade aceites transformaram-se em mensagens como "Olá, que bonita que és", "Oi, de onde és? Namorado?", "Olá, és gira, tens namorado?", "Que bela que és, casada?" entre outras. Bem, nada de novo. Num passado bem recente já tinha feito estas experiências e era igual. No meio de tantas mensagens vi uma que dizia "Olá, adicionei-te porque gostei do teu nome, sabes porquê?", já sabia que não iria a bom lugar mas decidi responder e dizer que não sabia o motivo. Qual foi a resposta? O esperado "É o nome da minha mãe, um nome muito bonito e foi o motivo de te adicionar. Gostava de te conhecer melhor, tens namorado?"... este pelo menos é um pouco mais elaborado, não vai logo direto ao assunto! 

De há uns anos para cá sempre que vou ao Facebook adiciono tudo quanto é pedido de amizade. Já me questionaram várias vezes o motivo de fazer isso já que não vou dar resposta às milhentas mensagens que recebo e nem tenho a mínima intenção de achar "o amor da minha vida" numa dessas mensagens (até porque já existe e estou muito bem). Não me dou ao trabalho de seleccionar quem conheço, quem não conheço, quem já vi ou quem poderei um dia ter conhecido, já que não tenho qualquer informação sensível naquele perfil, aceito tudo. E muito de vez em quando dou uma vista de olhos pelas mensagens, para ver se é de alguém que realmente quer falar comigo. Certa vez tinha imensas mensagens que não liguei a mínima como sempre, até que uma delas era algo como "Sei que podes não me responder por pensares que sou apenas mais um rapaz a enviar-te mensagens mas eu andei contigo na escola" e era verdade. 

Tenho notado que nos últimos dias tenho ido mais ao Facebook devido às suculentas, entrei em grupos onde as pessoas partilham dicas e fotografias, são grupos bem tranquilos, fora de confusões e onde realmente as pessoas se ajudam. Talvez sejam grupos formados por pessoas que ainda têm um pingo de decência. Mas é literalmente isso, entro, vou diretamente aos grupos e ignoro tudo o resto.

Quanto ao título onde comparo o Facebook ao Tinder... é uma comparação por causa da constante procura de uma relação ou de algo mais temporário no Facebook. Eu não faço a menor ideia de como funciona o Tinder, sei apenas o básico que ouço falar, há fotos e a pessoa arrasta para um lado ou para o outro no sentido de ter interesse ou não, se ainda é assim? Nem sei, não tenho sequer interesse em saber. Mas que uma grande percentagem usa o Facebook para "engatar pessoas" isso é um facto. Nunca irei entender isso, acredito que haja relacionamentos estáveis que surgem de encontros marcados online mas vejo-me à moda antiga e isso comigo nunca iria funcionar. Gosto de acasos, onde as pessoas se conhecem, conversam cara-a-cara, onde descobrem que têm interesses em comum, onde a relação começa e cresce a cada dia que passa. Não tem que ser obrigatoriamente pelo aspecto físico, mas pela personalidade, valores, etc... Tinder? Entendo que é um catálogo de pessoas onde o primeiro critério é o aspecto físico.

Já me disseram que ainda sou old school e que com a minha idade já não se encontram muitas pessoas assim... e é verdade.